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sexta-feira, 26 de julho de 2013

fgv confiança da construção cai menor nivel desde setembro de 2010.

Tânia Rêgo/ABr

SÃO PAULO - O Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas (FGV) voltou a cair com mais intensidade, refletindo piora da avaliação das empresas do setor quanto à situação atual da economia e o futuro dos negócios. Após três meses de quedas menos acentuadas e uma melhora relativa, o indicador recuou 4,0% no trimestre terminado em julho, em relação ao mesmo período do ano anterior. Assim, o ICST atingiu 118,8 pontos, o menor nível da série, iniciada em setembro de 2010. Na mesma base de comparação, a queda havia sido de 3,6% no trimestre findo em junho.

“O indicador-síntese da Sondagem da Construção sinaliza, portanto, continuidade na tendência de arrefecimento do ritmo de atividade do setor no início do terceiro trimestre de 2013”, diz a FGV, em nota.

Apenas em julho, o indicador teve queda de 3,9%, para 116,7 pontos, também o menor da série histórica.

No trimestre encerrado neste mês, pioraram as avaliações das construtoras sobre a situação atual e sobre o futuro. O indicador que mede o humor das empresas quanto à atualidade, caiu 7,8% ante o mesmo período do ano passado. No trimestre de junho o recuo tinha sido um pouco menor, de 7,2%, em julho. Esse recuo mais intenso foi influenciado pelo quesito situação atual dos negócios, que passou de queda 8,7%, em junho, para menos 10,3%, em julho. Das 701 empresas consultadas, 24,5% avaliaram a situação atual como boa no trimestre findo em julho, contra 32,1% no mesmo período do ano anterior; 15,5% a consideraram ruim, contra 10,7% em julho de 2012.

Na mesma base de comparação trimestral, o Índice de Expectativas (IE) passou de queda de 0,6% para baixa de 0,8% entre junho e junho. Dos onze segmentos pesquisados, sete apresentaram piora, com destaque para obras de infraestrutura para engenharia elétrica e telecomunicação cuja variação foi de queda de 12,7% em junho, para recuo de 14,2%, em julho; obras de montagem, ao passar de queda de 16,2% para baixa de 18,2%, nos mesmos períodos; e obras de arte especiais e obras de outros tipos, menos 2,7% para menos 4,1%.

Percepção negativa

Embora o índice ainda aponte a predominância positiva - pontuações acima de 100 indicam otimismo e, abaixo, pessimismo -, resultado mostra piora na percepção dos empresários do setor com relação ao cenário para os negócios.

"O que o número mostra é que ainda temos mais empresas dizendo que a situação está boa do que empresas que dizem que a situação está ruim, mas a diferença entre os dois vem caindo significativamente", explicou Ana Maria Castelo, coordenadora da pesquisa na FGV.

A queda vem sendo puxada principalmente pelo Índice de Situação Atual (ISA), que compõe o ICC e verifica a percepção do empresário com relação ao momento presente. Este atingiu 106 pontos no trimestre encerrado em julho, queda de 7,8% na comparação com o mesmo período em 2012. Já o Índice de Expectativas (IE), referente às perspectivas para os próximos seis meses, se mantém um pouco melhor, com pontuação de 131,6 e queda de 0,8% com relação ao ano passado.

"O setor passa hoje mais por um ajuste, depois de um período de crescimento muito forte que registrou até 2010, quando começou a ter problema com falta de mão de obra, atraso em entregas e os preços subiram muito", explica Ana Maria. "Há questões imediatas que ainda precisam ser resolvidas, como o aumento de produtividade, um ajuste melhor à demanda. Mas no médio e longo prazo a situação ainda é boa, com a renda das famílias ainda crescendo, ainda há crédito, os aspectos sócio-econômicos são melhores. Só temos que nos acostumar aos novos números, como em 2010 não iremos crescer mais."

No que se refere à situação atual, o segmento de edificações, que verifica o mercado imobiliário, está pior do que o de infraestrutura, com queda de 9,1% no índice, enquanto em infraestrutura, em compasso de espera pelos programas de concessões do governo federal que se arrastam desde o ano passado, a queda foi de 3,7%. Com relação ès expectativas futuras, no entanto, o mercado mobiliário mostrou uma leve melhora,com alta de 1,5%, enquanto o segmento de infraestrutura oscilou em 0,5% para baixo, sempre na comparação do acumulado em três meses como o mesmo período um ano antes.


(Juliana Elias | Valor)
http://www.valor.com.br/brasil/3211914/fgv-confianca-da-construcao-cai-menor-nivel-desde-setembro-de-2010#ixzz2aCBlosPc

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